diário de uma paixão -NICHOLAS SPARKS
resenha :Noah e Allie. Poderia ser simplesmente mais uma história de amor, daquelas que nas páginas dos livros românticos soam piegas e destilam excessivo mel. Mas esta não é uma narrativa comum, como as que povoam as estantes das livrarias e as bancas de jornal. Talvez porque Nicholas Sparks seja um autor realista, convicto dos sentimentos que realmente unem um casal, principalmente após tanto tempo de convivência.
O enredo tem início no tempo atual, quando um senhor da maior idade narra uma história a uma mulher que se encontra mais ou menos na mesma faixa etária. Ele repete incansavelmente a mesma narrativa, diariamente. Trata-se da paixão que nasceu no verão de 1932 entre Noah e Allie, dois jovens separados pelos preconceitos sociais e familiares, uma vez que a jovem pertencia a uma classe social superior, e ele era um singelo garoto do campo.
Mais uma vez as circunstâncias tentam separar os amantes, mas agora Allie se sente mais forte para lutar por seu amor, e a partir de então eles vivem uma linda história, mais madura do que a vivenciada na adolescência. Porque, questionaria o leitor, este idoso insiste em narrar esta história a uma senhora que parece tão desatenta e alheia ao seu conteúdo?
Aí é que entra o diferencial deste enredo. O misterioso senhor aguarda pelo milagre do amor, que pode restituir a sua amada as lembranças do sentimento vivido por ambos na adolescência e ao longo da vida. Ele sofre com sua ausência de emoções, que lhe deixa carente da sua afetividade, da paixão que sempre os uniu. Em alguns instantes, porém, o idoso vê uma luz se acender na sua memória, quando repentinamente a senhora se lembra do passado e abraça o antigo amante, até que o mal de Alzheimer a torne novamente cativa do esquecimento.